Quem tem medo de sentir fome?

Alimentação | Lívia | modificado em 19/07/2021
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Entenda os medos mais comuns de respeitar o sinal do seu corpo

Se você tem qualquer resquício de um trauma de dieta, é muito possível que a ideia de só comer quando a fome chegar, princípio base de uma alimentação intuitiva, te deixe desconfortável.

Esse é um dos principais entraves que eu percebo quando começo a explicar para as pessoas sobre a importância de comer com fome – tanto para a auto-regulação corporal como para o emagrecimento e manutenção de peso.

Existem dois pensamentos-chave que rodeiam o medo de sentir fome e respeitar os sinais do seu corpo.

#1 Se eu ficar com fome, eu vou certamente vou exagerar na quantidade de comida

Esse medo é resultante da confusão que nós tendemos a fazer entre a fome genuína e a fome infinita que é causada pela privação alimentar fomentada pelas dietas.

A segunda é movida pela sua percepção de que você é um saco sem fundo, já que você “sente fome” o tempo todo. Ou talvez pela ideia que de é inviável esperar a fome aparecer, porque você já come tudo o que pela frente sem fome – imagine com fome!

Reforçando o que eu sempre falo por aqui, eu te garanto: o que te leva ao exagero NÃO é fome! É a privação.

Se fosse verdade que a fome leva ao exagero alimentar,  aquela sua prima magra (ou qualquer criança) ia comer horrores no momento em que a barriga dela roncasse.

É muito provável que você tenha associado a fome ao excesso porque a restrição constante de energia te deixou com um tipo de fome crônica – com o sinal de alerta ligado o tempo todo, o seu corpo te dá sinais de fome o tempo todo. 

Essa restrição não precisa ser física. A mera sensação de que você não pode comer as coisas é suficiente para ligar esse modo de escassez no seu corpo. Para te salvar, ele vai mexer uns pauzinhos para que a comida fique muito mais interessante.

Isso é reversível com permissão incondicional para comer o que você realmente quer e com a ingestão suficiente de energia e nutrientes.

#2 Mas, sentir fome não é horrível?

O segundo medo comum é acreditar que sentir fome é doloroso. Você pode ter certeza de que qualquer um que queira te vender um plano de emagrecimento vai te garantir que “você não vai passar fome”. Isso porque todo mundo que já fez uma dieta associou fome com dor e sacrifício.

Portanto, em algum momento você internalizou que sentir fome é abominável.

Só que não é.

Fome é um sinal do seu perfeito mecanismo de auto-regulação e sobrevivência que te mantém saudável e viva. Fome é sinal de que seu corpo está funcionando, e muito bem. 

A fome genuína é um sinal gentil que não se parece nada com urgência por comer. É um sinal inato do seu corpo, como a vontade de fazer xixi quando a bexiga está cheia ou de dormir quando você está cansado.

Em linhas gerais, se você ignorar o sinal no estômago (ou o do xixi, por exemplo), ele vai ficar mais intenso. Cada vez mais intenso, até que a sua cabeça comece a doer (ou você faça xixi nas calças).

É como o sono. O que acontece quando você passa noites sem dormir direito?

Você vai ficando cada vez mais esgotada, e provavelmente, você precise dormir algumas horinhas a mais no final de semana. Mas você não dorme dias seguidos para compensar.

Em resumo, o sinal se intensifica somente se você o ignorar.

Por isso, ignorar fome ou tentar enganar o seu corpo com um chiclete sem açúcar não vai funcionar. Pode ser que você não consiga comer exatamente no momento em que você sentiu o primeiro sinal de fome, mas tenha certeza que o sinal vai se intensificar até que você o atenda (ou desmaie).

Com qual frequência eu vou ter fome?

Quando você aceitar a ideia de comer com fome genuína, pode ser que apareça uma segunda dúvida, que é “quando eu vou ter fome?”.

Bom, em linhas gerais, isso depende de dois fatores.

O primeiro é da composição e da quantidade do que você comeu na última vez que você se alimentou.

Como você já deve saber, o tempo de digestão muda conforme a composição do alimento ingerido, sendo que alguns de mantém saciada por mais tempo.

Em termos sacietógenos, é bem diferente comer um prato de carne com arroz e salada do que macarrão ao sugo no almoço.

Consumidos sozinhos, os carboidratos simples causam forte liberação de insulina (o famoso pico de insulina), e isso vai levar à queda brusca do açúcar sanguíneo (sugar crash), de forma que a fome volta bem mais rápido. 

O segundo fator que determinará a frequência do seu metabolismo é a eficiência do seu metabolismo.

A sua quantidade de movimento e o seu gasto energético basal vão afetar o seu apetite. Por incrível que pareça, um metabolismo rápido não é sinônimo de magreza, só é sinônimo de ter fome mais rápido. Se você realmente respeitar o seu corpo e comer com fome – até a saciedade – , tanto faz a agilidade do seu metabolismo.

Respeitar os sinais do seu corpo é mais fácil do que parece, mas é possível – mesmo que você tenha passado muito tempo os silenciando com regras e restrições dietéticas. A confiança nesses sinais depende de prática e de confiar que o seu corpo está do seu lado, haja o que houver.

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