Porque Você Não Precisa – E Nem Deveria – Fazer O Dia Do Lixo

Alimentação, Mentalidade | Lívia | modificado em 08/09/2019

O dia do lixo provavelmente está comprometendo o seu progresso, e o problema não é somente a matemática da coisa

Você já se pegou se perguntando se deveria fazer um dia do lixo? Em outras palavras, tirar uma folga da sua alimentação saudável e comer aquilo que é (cof, cof) “sujo”?

Será que isso é realmente necessário para “turbinar o seu metabolismo” – como alguns defendem?

Ou é só para ter uma oportunidade de comer algo realmente adora – mas evita comer no dia-a-dia?

Esse dilema da dieta moderna acaba hoje. Pelo menos é disso que eu espero te convencer!

O poder das palavras

Antes de mais nada, nós vamos falar brevemente sobre a importância da linguagem. Às vezes, nós nos esquecemos que as nossas palavras têm muito poder.

A forma que você fala da sua comida está profundamente ligada à forma que você se sente em relação ao que você come – e a forma que você se sente em relação ao que você come está associada em relação a como você se sente sobre si mesma. Eu aposto que você não quer se sentir um lixo.

Acredite, isso é tão importante quanto o que você está efetivamente mastigando.

Então eu acho importante reforçar que a sua comida não tem nada de lixo.

(Eu queria ver a cara da sua avó se ela te ouvisse falando assim da lasanha e do pudim dela).

Agora que nós acertamos a sua linguagem, vamos ao que realmente importa.

O problema do dia do lixo vai muito além da matemática

O que eu sei por experiência e não canso de ver nos meus atendimentos é que o famoso “dia do lixo” é um grande tiro no pé, porque a maioria massiva das pessoas acaba entrando num ciclo de supercompensação.

Você se restringiu demais, por isso “merece” se agradar demais.

Esse ciclo de restrição e compensação acaba virando uma espiral cada vez mais extrema até que você jogue a toalha.

Você começa comendo uns docinhos a mais no sábado e “paga” com cardio extra no domingo. Você toma 3 drinks ao invés de 1 no happy hour e já pula o café da manhã do dia seguinte. Até que, em algum momento, você está fazendo jejum e “dia do ovo” 3 vezes por semana, como se fosse uma coisa natural. – Não é minha amiga, desculpe.

Mentalmente e fisiologicamente falando, o dia do lixo não é tão proveitoso quanto parece.

Fazer um “dia do lixo” só faz sentido numa realidade em que as comidas “LIXO” – leia-se aquelas que você ADORA mas acha que não fazem parte da sua vida “FIT” – estão fora do seu alcance no seu dia-a-dia, então você precisa de um dia de “alívio”.

E é essa forma de pensar que mantém esses alimentos num pedestal.

Já percebeu que tudo o que está fora do seu alcance acaba sendo objeto de desejo?

Então, quando você come, fica infinitamente mais difícil comer só um pedaço porque você sabe que amanhã não vai ter mais?

É exatamente por essa mentalidade que a ideia de moderação – o famoso comer de tudo, mas não tudo – te parece tão fora de alcance.

Uma forma mais assertiva e poderosa de se relacionar com a comida

Acabar com a obsessão pela comida, incluindo o dilema do dia do lixo, o ciclo de excessos, culpa e restrição começa com uma mentalidade de autocuidado.

“Se cuidar” não é sinônimo de “comer limpo” ou excluir alguns alimentos da sua alimentação. Nós precisamos de comida (calorias, sabe?) para sobreviver, então é natural (e esperado) que comer seja prazeroso. Para isso, comer o que você realmente gosta é essencial – e você não precisa reservar um dia especial para isso.

Estudos mostram que a absorção de nutrientes é maximizada quando os indivíduos realmente gostam do que estão comendo. Então talvez aquela salada sem tempero com frango esturricado que você come com lágrimas nos olhos não sejam tão benéficos quanto você pensa.⠀

Além disso, o estresse também afeta a sua digestão – seja o estresse do trânsito ou a culpa pelo que você comeu. Por isso, ajude-se e coma alimentos que você REALMENTE gosta, e abandone a culpa e o estresse de tentar seguir uma dieta perfeita.

Intrinsecamente, o termo dia do lixo implica que se você “se comportar bem” durante determinado período de tempo você merece comer “mal” por um dia.

Onde está o sentido disso?!

Quem pratica o comer intuitivo não precisa de dia do lixo, porque não existe comida “boa” ou comida “ruim”, nem há superioridade moral ou culpa associadas ao que se comeu.

Nós ouvimos os nossos corpos e comemos o que realmente vai satisfazê-los, todos os dias, por autocuidado e amor-próprio.

Como seria a sua alimentação se você comesse para cuidar bem do seu corpo, 24/7? Quais alimentos você escolheria comer? Quanto? Com quem?

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