A Verdadeira Razão Porque Você Come Demais

Alimentação, Mentalidade | Lívia | modificado em 04/12/2018

No final de semana, nos aniversários, nas festas em geral…

Por que afinal é tão comum comer demais nessas situações?

Hoje eu quero te convidar hoje a pensar na comida de uma forma totalmente nova, observando as razões por trás dos seus excessos.

Quando você olha a sua volta, o que você vê?

No seu trabalho, nas reuniões de pais na escola do seu filho, nas filas dos bancos… O que você vê?

É visível que muitos de nós estão comendo demais. Tanto que, infelizmente, as crianças de hoje têm uma expectativa de vida menor do que a dos pais.

Ao mesmo tempo que superamos a fome, mais da metade da população está acima do peso (mais de 20% obesa). Isso nos leva a uma questão muito importante:

Por que diabos nós estamos comendo tanto?

A indústria da dieta cria zilhões de produtos “sem glúten, sem lactose, sem açúcar”, batata doce em pó, detox de 30 dias, cintas e gel redutor.
Por que não está resolvendo?
Porque ela ignora (de propósito) o problema real.

O problema é que o excedente que estamos comendo não tem nada a ver com a comida. Assim, as soluções disponíveis são destinadas ao fracasso.
Nunca se soube tanto sobre “o que é melhor comer” (eu particularmente nunca trabalhei com alguém que não fizesse ideia de que batata assada é mais saudável do que frita), mas esse conhecimento nutricional não está adiantando. Porque a razão do excesso não é a comida.

Nós comemos demais porque aquilo de quê nós temos fome não está disponível.

Como assim? – Você me pergunta.

Temos iFood, temos supermercados 24h, temos máquinas de conveniência a cada 100m.
Hoje em dia, a comida nunca está a mais de alguns cliques de distância. Tudo o que nós podemos desejar poder ser rapidamente alcançado, especialmente se você está num grande centro. Comidas do mundo todo estão disponíveis no shopping mais próximo de casa.

Mas, se nós pudéssemos realmente escolher o que quiséssemos, será que não desejaríamos um menu totalmente diferente?

Um menu que oferecesse…
– Um abraço de uma mãe amorosa que está sempre pronta pra te fazer um elogio sincero
– Um chefe que reconhece o seu trabalho duro e te oferece uma promoção sempre que possível
– Um primeiro beijo daquele seu crush de meses
– Conversas longas e profundas com suas amigas da faculdade que sabem todos os seus segredos
– Férias em família para lugares adoráveis

Em outras palavras, comida não é o que nós realmente desejamos.

Você tem fome de quê?

Nós desejamos nos sentir preenchidas. Sentir que somos boas o bastante. Nos sentirmos completas. Felizes. Satisfeitas. Orgulhosas. Valorizadas. Respeitadas. Desejadas. Admiradas. Amadas.

Mas nenhum restaurante tem esse menu, né?

Nós ouvimos tanto sobre dietas, mas tão pouco sobre o que realmente precisamos. A resposta não pode ser encontrada no brigadeiro da festa, nem na lasanha da domingo, muito menos naquele pote de sorvete velho no congelador.

O que nós precisamos é nos sentir suportadas e ouvidas. Nós sentimos falta de lugares onde podemos ser 100% nós mesmas, “sem filtro”, e sermos tratadas com gentileza e compaixão. O que nos falta são pessoas que enxerguem os nossos talentos e nos encorajem a ir mais longe na vida.
Nós já comemos bolo e pão-de-mel o suficiente para saber que a solução para os nossos problemas não está na cobertura de chocolate. Mas a maioria de nos não sabe para onde correr.

Confesso, há conforto na solução de curto prazo. Pelo menos quando você faz dieta, você sente breves momentos de gratificação e a sensação de que tem tudo sob controle. Um tapinha imaginário nas costas por ter pedido uma salada ou ter pulado a sobremesa.

A dificuldade não é controlar o nosso apetite insaciável. É desenvolver as habilidades emocionais e psicológicas que preencham nossa alma. É desenvolver um nível de amor-próprio tão grande que possamos parar de depender de validação externa para nos sentirmos completas.

A indústria da dieta vende soluções para os sintomas da nossa infelicidade, mas não as causas. Como resultado, as soluções são temporárias e acabam gerando mais frustração e desespero.

As dietas não podem “nos emagrecer” porque elas não tratam diretamente daquilo que nos faz engordar.

Nós não comemos muito porque não temos “força de vontade” ou não “estamos nos esforçando o suficiente”. Nós comemos demais porque nas prateleiras dos supermercados não estão os ingredientes que nós desejamos.

Nessa época de festas que se aproxima, antes de dar a primeira mordida (ou o primeiro gole), tente entender os seus verdadeiros motivos para comer. Se fome não é o problema, comida não é a solução.

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